Skip to main content

Componente 3 – Inovação e Tecnologia

Plataforma e-saúde SP

Fortalecimento da gestão da informação e incentivo à inovação e ao uso de novas tecnologias em saúde.

Criação de um sistema inédito na saúde pública composto por um aplicativo para o cidadão; plataforma de telemedicina e integração de dados clínicos.

Com a integração dos dados, profissionais de saúde e pacientes passaram a ter acesso a todo o histórico de saúde em uma rede única.

São dados clínicos de mais de 12 milhões de CPFs.

Essa integração fortalece a plataforma de teleassistência, que além de ser um canal de comunicação é uma inovação tecnológica a serviço do cidadão.

Durante a pandemia de Covid-19, o sistema ofereceu um canal direto para atendimento ao paciente, o @COVID.

No app e-saúdeSP, o cidadão consegue acessar o histórico de atendimento, exames, vacinas e o passaporte das vacinas contra a Covid-19; visualizar os agendamentos; e ter acesso a consultas de teleassistência.

“A plataforma e-saúdeSP representa um grande marco. É a maior plataforma digital de dados em saúde pública existente na América Latina, que foi possível alcançar dentro do programa Avança Saúde”, destaca Marcelo Takano, coordenador-geral do projeto Avança Saúde SP.

A implantação do e-saúdeSP

A implantação do e-saúdeSP – plataforma de teleassistência, repositório de dados clínicos e aplicativo para o cidadão – revolucionou o modo de pensar no atendimento e gerenciamento da saúde na capital paulista. 

São três componentes agregados ao e-saúdeSP: a teleassistência, disponível em todos os equipamentos municipais de saúde municipais; o repositório clínico, e o app propriamente dito, lançado em 2020, para uso em celular.

O atendimento por meio de plataforma digital estava no planejamento inicial do projeto, mas foi antecipada com o surgimento da pandemia de Covid-19. 

E se tornou fundamental para agilizar a alta demanda nas unidades de saúde durante aquele período.

Superada a pandemia, com um sistema funcional, rápido e que permitia acelerar a fila de usuários nas unidades de saúde, a SMS começou a implantar, em 2023, os consultórios digitais em UBSs e UPAs. 

A modalidade de teleassistência – o Consultório Digital – é oferecida tanto em UBSs quanto em UPAs.


Nas Unidades Básicas de Saúde é realizado o acolhimento do paciente. Já nas Unidades de Pronto Atendimento, o paciente passa pela classificação de risco, o Protocolo de Manchester, para a identificação do grau de gravidade, para ser direcionado ao atendimento conforme a urgência.

O tempo de espera é menor e todo o atendimento é acompanhado por uma auxiliar de enfermagem, que faz a conexão entre o paciente e o médico clínico, no caso de atenção básica, ou outro profissional (como das áreas de telepsiquiatria, teledermatologia ou telecardiologia), nos casos de consultas agendadas.

O profissional de apoio auxilia médico e paciente, faz as impressões para encaminhamento ou receituário, e orienta o usuário para os próximos passos. Inclusive, o retorno também pode ser nesse consultório digital.

A plataforma permite, ainda, que o médico acompanhe, de forma remota, as visitas realizadas pelas equipes de Estratégia da Família (ESF), e o prontuário do paciente, onde estão registrados os atendimentos em toda a rede municipal de saúde, as vacinas e exames realizados.

 

É uma revolução para o serviço de urgência e emergência. Nossa demanda é sempre muito grande, sempre com muitos usuários aguardando atendimento. Depois do atendimento digital, a demora para os casos de baixa complexidade diminuiu bastante”, conta a enfermeira Ana Paula Teixeira Leite Ramos, gerente da UBS/AMA Capão Redondo, na zona sul

Ela avalia que com essa modalidade há uma economia média de tempo estimada em 1h30 para o paciente.

Ana Paula conta que em março/2024, passaram pelo Consultório Digital mais de 2,2 mil pacientes. Uma média estimada de 80 pacientes por dia.

“Eu vejo com alta expectativa a evolução do atedimento médico digital para que a gente possa ter mais resolutividade dos casos menos graves”.

 

Um benefício que fez muita diferença nos cuidados com a saúde da dona Maria da Paz de Jesus. Ela foi até uma unidade de saúde de saúde na zona sul (AMA Capão Redondo) com tosse, dor de cabeça e pressão alta. Aos 64 anos, diabética, a paciente conta que além da medicação recebida para o quadro de urgência, a médica do Consultório Digital fez o encaminhamento ao cardiologista, com base no prontuário médico da paciente.

“Eu gostei muito. A médica viu como estava a pressão, a diabete. Ela trocou os medicamentos. Eu não estava fazendo acompanhamento, estava tudo fora de cuidado, e a doutora arrumou tudo pra mim”, conta, satisfeita.

A paciente afirma que o serviço é muito bom, que não conhecia e ficou surpresa quando foi oferecida essa modalidade de atendimento digital.

“Agora eu faço questão, sempre que puder, de passar no Consultório Digital”. 

A médica Sheila Márcia Lopes Serpa vive na Bahia. Ela concilia suas atividades em consultório presencial com o atendimento virtual na rede municipal de saúde de São Paulo.

Para a profissional, o Consultório Digital oferece benefícios para todos os atores envolvidos no atendimento de saúde.

“A facilidade de acesso, menor tempo para conseguir uma consulta na teleassistência, a agilidade na resolução de algumas questões. A gente consegue liberar a agenda dos médicos presenciais para os atendimentos que necessitam do exame físico. Ganha o médico, o paciente que passa no teleatendimento e também os pacientes que conseguem uma vaga mais próxima, que necessitam do atendimento presencial”.

Na plataforma de teleassistência em saúde estão cadastrados cerca de 19 mil profissionais. 

A modalidade registra (até junho/24) mais de 2,5 milhões de atendimentos.

O crescimento tanto da implantação de Consultórios Digitais, como da adesão de usuários aos serviços digitais na plataforma e-saúdeSP demonstra, a cada dia, a efetividade dessa alternativa com ganhos para a saúde na rede municipal.

O Repositório de Dados é alimentado pelas unidades com informações básicas conforme padrão definido pelo Ministério da Saúde. 

Os números são grandiosos: mais de 279 milhões de atendimentos, quase 180 milhões de resultados de exames e mais de 12 milhões de CPFs cadastrados.

A implantação de um projeto piloto “Saúde da Família Digital”, com metodologia de acompanhamento digital para apoiar a estratégia presencial, permite alcançar uma parcela maior da população, com estímulo ao engajamento contínuo da comunidade na busca por mais saúde.

O mapeamento consiste numa avaliação de risco do paciente e a partir dela, a sua alocação em uma “trilha de saúde”.

Ao participar dessa trilha, o paciente recebe informativos relacionados à condição de saúde na qual está inserido, e passa a ser acompanhado.

O projeto conta, ainda, com uma comunidade conectada e disponível 24 horas, sete dias por semana, onde uma assistente digital, a Lívia, faz a interação do serviço de saúde com o usuário, por meio do contato via WhatsApp.

A experiência já demonstrou que há uma boa recepção e engajamento dos usuários, com os alertas emitidos sobre cuidados com a saúde.

Na palma da mão, o app e-saúdeSP ampliou e facilitou o acesso aos serviços de saúde na cidade de São Paulo.

O desenvolvimento do “aplicativo do cidadão” teve aceitação espontânea, quando agregou dados de extrema importância na época da pandemia, como informações sobre locais de vacinação, ou o movimento nas unidades de saúde, o De Olho na Fila, com a situação em tempo real.

O app também agrega uma outra funcionalidade: o Remédio na Hora, que possibilita que o munícipe confira se o medicamento está disponível em qual Unidade Básica de Saúde ou hospital.

A repercussão positiva do app pode ser comprovada pelo número de usuários da plataforma: mais de 3 milhões.

A qualidade do app também é medida pelo termômetro da nota de aprovação nas lojas virtuais tanto do sistema Android, como do iOS. A média varia entre 4,3 e 4,7, numa escala até 5. 

É um dos apps de saúde pública mais bem avaliados do Brasil.

Como tudo no mundo virtual não pode ficar estático, o aplicativo recebe constantes atualizações e já ganhou novas funcionalidades desde seu lançamento.

Entre elas, a localização de unidades mais próximas para atendimento; orientações sobre o que fazer em situações de urgência, como no caso de sintomas respiratórios.

Ou a integração do Modera SP, uma ferramenta digital de promoção à saúde para prevenção e combate ao consumo de álcool. O programa oferece aconselhamento para acesso ao tratamento a pessoas com risco de dependência.

“Depois disso aqui (do atendimento no Consultório Digital), eu fiquei com a Lívia. Ela é muito boa! A Lívia foi quem me ensinou a fazer caminhada, ela me lembra do que eu tenho que comer, do meu remédio”.

Quem conta como a Inteligência Artificial Lívia auxilia no acompanhamento de saúde, de acordo com as recomendações médicas, é a dona Marleide do Carmo da Silva. A aposentada e conselheira da UBS Jardim São Bento, diz que depois que conheceu essa facilidade, não passa um dia sem dar uma espiadinha nos conselhos da Lívia. “Me ajuda bastante”.

Mais uma funcionalidade para facilitar a vida dos pacientes da rede municipal de saúde trazida pela tecnologia da plataforma de saúde digital.. 

Para Clevia da Silva Pampolha, enfermeira e gerente da UBS Jardim São Bento, a Lívia é uma porta de entrada para os pacientes. “É como um ‘Posso Ajudar?’, ela entra em contato e ajuda os pacientes se eles tiverem alguma dúvida de saúde”, explica.

“Instrumentos como IA, cuidados preditivos e prescritivos, hoje são uma realidade dentro do município de São Paulo. Algum tempo atrás, a gente não tinha ideia de que esse cenário seria possível. A tecnologia veio para aproximar o usuário da gestão da saúde, destaca o médico Marcelo Takano, coordenador-geral do Avança Saúde SP”. 

“É tipo estar no século 21, finalmente”, comemora Virgínia Alves dos Santos, que teve sua primeira experiência com uma consulta médica à distância na rede pública de saúde por videochamada pelo app e-saúdeSP. 

Ela conta que foi uma situação bastante surpreendente porque percebeu que a demora para o agendamento é muito menor. “No meu primeiro contato, eu consegui uma consulta com espera de apenas uma semana. Também consegui as receitas e pude retirar o medicamento”.

A revolução tecnológica para o Sistema Único de Saúde (SUS) da capital promovida pelo app e-saúdeSP,  em um curto período de existência, obteve um importante reconhecimento. A cidade de São Paulo foi premiada na edição 2024 do Smart City Business Brazil Congress, dentre 128 inscritos com programas das áreas de administração pública, privada e entidades da sociedade civil.

O app e-saúdeSP ficou entre os 43 inscritos selecionados e venceu um dos dois prêmios “Inovacidade 2024” concedidos à capital paulista. Outro foi o Sistema de Zeladoria “Urbano”.

O Smart City Business Brazil Congress é um dos eventos de maior relevância na América Latina sobre ‘Cidade Inteligente’, que teve sua décima edição neste ano.

Dentre os temas avaliados na área de tecnologia e inovação, foram selecionadas as melhores iniciativas com impactos positivos, mensuráveis e reconhecidas pela sociedade. A cerimônia ocorreu em maio.

Entrevista
Mateus de Lima Freitas

Coordenador Setorial de Tecnologia da Informação e Comunicação

Como a tecnologia foi aplicada na melhoria do atendimento à saúde?

Foi uma ação para preencher uma lacuna no sistema público, trazendo a TI na área da assistência à saúde e na parte da gestão implantando facilitações para gerenciar os contratos, como os de fornecedores de suprimentos, de empresas prestadoras de serviços, a gestão das Organizações Sociais que prestam serviços nas unidades de saúde. Tudo num processo unificado, que permita a conversação entre os diversos sistemas.

Na prática, como essa sistematização tecnológica teve efeito positivo aos usuários dos serviços de saúde?

Teve um impacto decisivo na pandemia, quando foi necessário antecipar e acelerar uma alternativa para o atendimento à distância. A plataforma de teleassistência, implantada em 2020, foi fundamental para o atendimento de pacientes com Covid-19. Criamos também um repositório, o e-saúdeSP, que agrega todos os dados dos pacientes que são atendidos nas diversas unidades de saúde do município.

E nas unidades, o que agilizou o atendimento?

Houve a implantação da Classificação de Risco, o Protocolo de Manchester. Numa escala de cores que representam graus de urgência, o paciente passa por uma triagem inicial e é identificado com essa classificação. As cores, em ordem crescente por gravidade são: azul (baixo risco); verde (pouco urgente); amarela (urgência de gravidade moderada); laranja (muito urgente – espera 10 minutos); e vermelha (emergência – atendimento imediato). Implantamos também o atendimento híbrido: os pacientes classificados como baixo risco ou pouco urgente (azul e verde respectivamente) podem optar por ser atendidos por meio da telemedicina em um Consultório Digital dentro da unidade, reduzindo seu tempo de espera.